Alguém perguntou simpaticamente:"importam-se que assine em nosso nome apesar de já não existirmos?"
É curioso mas esta simples pergunta levanta uma questão algo profunda, relacionada com a validade dos nomes e real significado do que eles representam…ou não representam…
Admitamos que não havia consenso e se forçava a assinatura. Faria diferença? se no final não existisse vontade por trás da assinatura, quão longe iria a vontade do proponente?
De forma inversa, suponha-se que havia consenso mas que este era meramente formal, a vulgar aquiescência desinteressada. Faria diferença? Imagino que o a acção ocorreria talvez, que o proponente poderia alegar que essa acção era representativa porque tinha havido uma decisão. Mas no final, quem e que vontades representaria ela mesmo?
Quanto a mim, mais do que nomes e representações o que busilis está realmente na força da vontade colectiva que está por trás das decisões. Exista ela em força e a tomada de decisão já está efectuada, cumprindo mera formalidade. De facto, parece-me que "haja vontade", e com ou sem decisão colectiva, tudo se realiza. É a vontade que frequentemente falta, não são as siglas ou os nomes ou as representações. Estas, mais não são que meras convenções humanas assentes num sistema de representação vagamente aceite mas que na realidade não tem mais força que a vontade que efectivamente lhe estiver por trás.
Reparo que o mesmo se aplica aos nomes próprios. Admitamos que alguém assina por mim. Que representa isso se a minha vontade não estiver por trás? Dirão alguns que poderá não representar nada mas é altamente provavel que me traga inconvenientes. É certo que sim, mas se eu afirmar que aquela assinatura não me representa, não deveria ser o esse bastante para respeitarem a minha vontade presente e desrespeitarem o simbolismo da assinatura?
Tal como as promessas, os nomes, assinaturas, siglas, valem apenas tanto quanto a vontade que lhes estiver por trás. E haverá sempre algo de errado numa sociedade onde o respeito pelas siglas e assinaturas é mais forte que o respeito pela vontade presente das pessoas que elas representam.