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07 Jan, 2014

Portugal e os gregos

Tirado de uma discussão numa mailing list

Uma população largamente despolitizada e pouco habituada a participações, que apresenta atrasos significativos ao nivel educativo (como perceber uma crise económica?) e económico (ao que se acrescenta o actual retrocesso), associada uma matriz conformista catolica (que vem de há muito), media e poder politico que nao ajudam (antes contrariam), activistas na sua maioria dispersos que oscilam entre o saltar para a rua (para depois ver se veio gente) e apelos frenéticos à unidade (com eles, de preferência via manifesto), ocorre-me que há que ter paciência e preserverar. E que estamos de novo na fase 1 do bill moyer (http://www.historyisaweapon.com/defcon1/moyermap.html)

Finalmente, já que tanto se fala de futebol, ocorre-me que "quem não marca, sofre golo". Temos tido a sorte de o paulo portas estar no amarrado ao governo e haver uma completa inépcia da extrema direita (mais referida nos plenários activistas do que efectivamente presente em algum lado – também ela deve estar a tratar da vidinha) , caso contrário…http://www.publico.pt/mundo/noticia/marine-le-pen-diz-que-prioridade-da-frente-nacional-para-2014-e-o-combater-a-ue-1618715

E por fim, na Grécia estão divididos mas a crise já mostrou aos vários grupusculos que mesmo divididos é melhor darem corda aos sapatinhos (há imensos projectos inovadores de auto-gestão e resistencia que não mudam as coisas mas que solidificam alguns laços e alegram o quotidiano – veja-se as clinicas autogestionadas, a ocupação de lerissos, a greve dos funcionarios da universidade de atenas, e muitos outros). Aqui, ainda não. Mas na grécia não é bom (http://elblogdecremacatalana.blogspot.com.es/2014/01/la-tragedia-griega-contada-por-un.html)

Temos tempo. Há uma realidade que podemos desejar mudar (da qual, admitamos, nós também fazemos parte) mas isso requer varias condições e alguns erros (nossos e dos outros). Sugeri em tempos que se trabalhasse um projecto de mais longo prazo para uma manifestação de denuncia da troika por altura do 17 de Maio. Por pequena que fosse informava-se um pouco a população durante a campanha eleitoral. Mas não, temos pressa. Onde estão aqueles que há 1 ano e meio diziam que iam derrubar o governo, que não tinham tempo a perder com discussões, que era preciso era grupos fechados e coesos? Ah pois, "2015 por favor" (foi o que li num post facebook que circulou por aí) ou "este ano sou apátrida" (como li noutro). Lindo activismo. Se pelo menos reduzissem os comentários desanimados às mailing lists activistas (como eu aqui). Mas não, facebook com eles dando cumprimento ao desanimo dos seguidores.

Pera, deixa-me parar com isto para não acabarmos divididos…como os gregos. Ah pera…já estamos. Reunião? Não era mau, mas existe alguém?

O Democracia e Divida reuniu e segue com os seus debates. Um pouco mais ambiciosos para contrariar o actual marasmo. A título pessoal, espero que desta feita os acarinhem um pouco mais e os divulguem um pouco mais. Só um pouco mais. Agora que já se viu que não prejudicam as nobres causas.